quinta-feira, 16 de junho de 2011

Moscou à noite

Antes de sairmos para a excursão noturna, um parêntese, nenhuma notícia de minha mala extraviada. Comecei a me preocupar porque no dia seguinte iríamos partir. Sorte que nessas horas sobra solidariedade. Celia cedeu-me seu desodorante, Maria Lucia que possuia uma farmácia ambulante me deu alguns remédios, Angelica colocou seus objetos de uso pessoal à minha disposição. Ainda bem que escova de dentes e pasta dental estavam na bolsa de mão e não foram perdidas.
Enfim partimos para ver Moscou à noite. Uma beleza, tudo iluminado, compete com Paris, é mais bonita de noite do que de dia. Primeiramente, passamos por um conjunto de fontes luminosas em meio a lindo jardim de tulipas. As cores iam mudando conforme a dança das águas.


Em seguida visitamos os jardins onde fica o lago dos cisnes, justamente o lugar que inspirou Tchaikowsky a compor a linda música do famoso ballet. A construção em meio ao magnífico jardim e lago é um convento medieval para onde foram mandadas várias esposas de czares russos. Pois é, quando o czar enjoava da mulher e se apaixonava por outra, mandava a esposa para o convento onde ela permanecia até a morte. Assim, ele ficava livre para casar de novo, tantas vezes quantas quisesse. Nunca foi fácil ser mulher, muito menos na época medieval. Em compensação, a Rússia teve Catarina, a Grande, a maior czarina de todos os tempos e que mandou matar o marido, Pedro III, quando soube que ele a mandaria para o convento para poder casar-se com outra. Legítima defesa, diriam alguns advogados.
A próxima parada, após passarmos por inúmeras ruas cheias de luzes e de gente, principalmente a rua Arbat, aquela que ferve à noite, foi na Praça Vermelha, onde começaríamos a visitar estações do metro. O frio intenso foi barrado pelo forte aquecimento ao entrarmos na primeira estação.
O metro de Moscou foi iniciado na época de Stalin, a partir de 1930 e suas grandiosas estações, principalmente as construídas entre 1930 e 1950,  com muito mármore, belas esculturas, mosaicos coloridos entremeados com fios de ouro, pinturas, celebram o poder do povo e a revolução bolchevique. Visitamos quatro estações, todas contendo um grande corredor central, como se fosse um salão ricamente ornamentado, com os trens passando dos dois lados. É de cair o queixo.
As estações são muito profundas, com imensas escadas rolantes e serviram algumas de abrigo ao povo por ocasião dos intensos bombardeios na 2a. Guerra Mundial. São ao todo, hoje, quase 300 km de linhas, uma delas funciona como um ferroanel, em círculo sobre a parte central da cidade. Passeio imperdível para quem vai a Moscou.






Dá para ter uma idéia não? Após esse passeio, já de madrugada, voltamos para o barco e surprise..., minha mala fora entregue, estava na cabine, intacta. Que alívio.
A manhã seguinte seria livre para compras e à tarde partiríamos em direção a São Petersburgo.

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