Aos amigos leitores que acompanham a nossa saga russa, devo fazer um "break" para algumas considerações a comentários que ouvi ontem na Rádio BandnewsFM, no jornal da manhã comandado por Ricardo Boechat, em que o analista das sextas-feiras, Alberto Almeida, "O Desavisado" (cognome inventado por mim obviamente) declarou que São Paulo era o único lugar no mundo a comemorar, inclusive com feriado local, uma data de derrotas, 9 de julho que marcou o início da Revolução Constitucionalista de 1932.
Chamo-o de desavisado, uma gentileza minha, porque, como demonstrarei a seguir, a Revolução Constitucionalista de 1932 não foi um evento de derrotas mas sim de muitas conquistas democráticas para São Paulo e para o Brasil. Senão vejamos.
A Revolução de 1930 que trouxe ao poder federal Getúlio Vargas, ao extinguir a Constituição de 1891, limitou a autonomia dos estados, que era enorme na época, destituiu seu presidente - nome dado ao governador - e foi nomeado por Vargas um interventor de fora para governar São Paulo. Como disse, a autonomia dos estados na época era muito grande e a nomeação de um não paulista como autoridade máxima provocou enorme insatisfação nas elites dominantes. Insatisfação aliada à constatação de que Vargas governava com enormes poderes ditatoriais, sem lei e sem constituição que fora revogada. Movimentos populares, pedindo uma nova constituição, começaram em 1932, liderados principalmente pelos estudantes de direito da Faculdade do Largo de São Francisco, até que em maio desse ano, em meio a uma gigantesca manifestação pública contra o ditador, forças federais mataram quatro estudantes de direito, Martins, Miragaia, Drausio e Camargo. Nascia assim o movimento MMDC que culminou, no dia 9 de julho, na luta armada visando à destituição do caudilho Vargas. Os paulistas contavam, a princípio, com o apoio de Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mas no início do movimento armado Minas Gerais e Rio Grande do Sul recuaram e só Mato Grosso permaneceu fiel. Obviamente as forças estaduais, compostas, além de militares das Forças Públicas, por jovens estudantes universitários e mesmo adolescentes secundaristas que se engajaram no movimento, foram cruelmente trucidadas pelas tropas federais em cerca de tres meses de luta.
Mas o objetivo primordial da Revolução Constitucionalista de 1932, como o nome mesmo diz, foi alcançado. O ditador Vargas nomeou um interventor paulista, Pedro de Toledo, e foi obrigado a convocar uma Assembléia Nacional Constituinte que elaborou e promulgou a Constituição Federal de 1934, uma das mais democráticas e bem elaboradas constituições brasileiras. Mas, infelizmente isso durou pouco, porque o ditador não gostava de se submeter a leis e tudo acabou com o golpe institucional de 1937.
Como se vê, São Paulo não comemora derrotas no dia 9 de julho, como disse o desavisado Antonio Almeida, comentarista da BandNewsFM. Presta homenagem aos heróis, grande parte deles muito jovens, que perderam a vida em prol da luta democrática que ocorre neste país há dezenas de anos.
sábado, 9 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Finalmente São Petersburgo
Chegamos a São Petersburgo pela manhã e assim que o navio atracou, saímos com Dmitri para visitar a fortaleza de São Pedro e São Paulo. A propósito dessa fortaleza, ela foi a primeira construção de tijolo e pedra da cidade, fundada pelo tsar Pedro, o Grande em 1703 às margens do Rio Neva, na entrada do Golfo da Finlândia, no mar Baltico. Em homenagem a São Pedro e também a si prório, penso eu, Pedro o Grande deu seu nome à cidade que pretendia tornar a capital do império russo.
São Petersburgo é uma cidade planejada e construída sobre 42 ilhas, todas interligadas por dezenas de pontes e mais o continente. Grande parte dessas pontes são levadiças, possibilitando a passagem de grandes cargueiros que trazem mercadorias do interior do país, por rio, em direção ao mar. Foi capital da Rússia por mais de 200 anos até 1918, quando os líderes da revolução bolchevique decidiram transferir a capital para Moscou.
É uma maravilha, lotada de palácios, cada um mais lindo que o outro, principalmente os localizados nas avenidas marginais do rio Neva. O dia estava escuro, ameaçando chuva e muito frio, um vento gelado que penetrava em qualquer agasalho brasileiro. Quando chegamos à fortaleza de São Pedro e São Paulo, despencou uma chuva forte e gelada que nos deixou ensopados até conseguirmos entrar na principal igreja do complexo.
Essa igreja, toda trabalhada em ouro por dentro, abriga túmulos de inúmeros czares, suas esposas e filhos, inclusive os últimos Romanovs, a família de Nicolau II, trucidada pela revolução de 1917. Eles estão enterrados em uma capela dentro da igreja, mas separada dos outros, porque hoje são considerados mártires. Vejam a foto de alguns túmulos.
E também do altar da capela dos Romanovs.
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Ao sairmos da igreja, o tempo havia melhorado, inclusive com um pouquinho de céu azul. Mas o frio ainda era intenso. Continuamos o nosso passeio pela cidade, visitando alguns monumentos e igrejas, mas só por fora. Vejam a foto de uma avenida com lindos palacetes.Isso é só uma pequena amostra da magnífica São Petersburgo.
A seguir, Dmitri nos levou a uma grande loja de souvenirs, cheia de objetos criativos para todos os gostos. Uma festa de compras para todos. Lá comprei, entre outras lembranças como chaveiros, bonequinhas russas, ímãs de geladeira, réplica, em tamanho natural, de um ovo Fabergé, azul e dourado, lindíssimo. Ao abri-lo, depara-se com um palácio dourado preso em um pedestal central, por ímã. Um tanto caro mas esplêndido e único. Por aqui não existe.
Tomamos um lanche no ônibus mesmo, já que era hora do almoço e não havia tempo para voltar ao navio, que estava bem distante. Após o lanche fomos visitar o Museu Hermitage, o segundo maior da Europa, depois do Louvre de Paris. Mas isso será objeto de outro post. Não percam.
São Petersburgo é uma cidade planejada e construída sobre 42 ilhas, todas interligadas por dezenas de pontes e mais o continente. Grande parte dessas pontes são levadiças, possibilitando a passagem de grandes cargueiros que trazem mercadorias do interior do país, por rio, em direção ao mar. Foi capital da Rússia por mais de 200 anos até 1918, quando os líderes da revolução bolchevique decidiram transferir a capital para Moscou.
É uma maravilha, lotada de palácios, cada um mais lindo que o outro, principalmente os localizados nas avenidas marginais do rio Neva. O dia estava escuro, ameaçando chuva e muito frio, um vento gelado que penetrava em qualquer agasalho brasileiro. Quando chegamos à fortaleza de São Pedro e São Paulo, despencou uma chuva forte e gelada que nos deixou ensopados até conseguirmos entrar na principal igreja do complexo.
Essa igreja, toda trabalhada em ouro por dentro, abriga túmulos de inúmeros czares, suas esposas e filhos, inclusive os últimos Romanovs, a família de Nicolau II, trucidada pela revolução de 1917. Eles estão enterrados em uma capela dentro da igreja, mas separada dos outros, porque hoje são considerados mártires. Vejam a foto de alguns túmulos.
E também do altar da capela dos Romanovs.
Ao sairmos da igreja, o tempo havia melhorado, inclusive com um pouquinho de céu azul. Mas o frio ainda era intenso. Continuamos o nosso passeio pela cidade, visitando alguns monumentos e igrejas, mas só por fora. Vejam a foto de uma avenida com lindos palacetes.Isso é só uma pequena amostra da magnífica São Petersburgo.
A seguir, Dmitri nos levou a uma grande loja de souvenirs, cheia de objetos criativos para todos os gostos. Uma festa de compras para todos. Lá comprei, entre outras lembranças como chaveiros, bonequinhas russas, ímãs de geladeira, réplica, em tamanho natural, de um ovo Fabergé, azul e dourado, lindíssimo. Ao abri-lo, depara-se com um palácio dourado preso em um pedestal central, por ímã. Um tanto caro mas esplêndido e único. Por aqui não existe.
Tomamos um lanche no ônibus mesmo, já que era hora do almoço e não havia tempo para voltar ao navio, que estava bem distante. Após o lanche fomos visitar o Museu Hermitage, o segundo maior da Europa, depois do Louvre de Paris. Mas isso será objeto de outro post. Não percam.
domingo, 26 de junho de 2011
Goritzy, Ilha de Kizhi, Mandrogui
Chegamos pela manhã a Goritzy e como não poderia ser de outro modo, a primeira coisa vista quando deixamos o navio foi a feirinha de barracas, principalmente com vestimentas de pele, especialidade do lugar. Chapéus de todo o tipo, cachecóis, casacos femininos e masculinos, coletes, enfim todo o imaginário em pele, coisas lindas mas caras. Com o ônibus e Dmitri, partimos para o Mosteiro de São Cirillo, a 7 km do cais.
Cirillo, monge que viveu no século IX, foi um grande propagador da religião ortodoxa e criou um alfabeto que se adaptava, na época, às linguas eslavas faladas na região, o alfabeto assim chamado cirílico em sua homenagem e vigente até hoje na língua russa. Diz-se que ao caminhar pela região onde hoje está o mosteiro, teve uma visão da Virgem Maria que lhe ordenou que construísse uma igreja. Ergueu então ali uma modesta construção que, no século XIV, alguns séculos depois de sua morte deu origem ao mosteiro de São Cirillo. Vejam a foto externa. Essa é apenas uma pequena parte. Ele é imenso.
Em um dos edifícios do mosteiro que visitamos, uma espécie de museu com belíssimas pinturas e afrescos, havia um quadro da Virgem Maria com o menino Jesus, o mais lindo que já vi em toda a minha vida. Tentei conseguir uma réplica na loja do mosteiro, sem sucesso. E também não pude tirar foto porque era proibido fotografar as pinturas. Mas era uma lindeza e me deixou emocionada. Voltamos ao navio passando antes por uma sessão de compras na feirinha.
Seguimos para a ilha de Kizhi, situada no lago Onega, o segundo maior da Europa. Essa ilha está situada a 500 km do Círculo Polar Ártico - imaginem só o frio, um horror. Lá existem construções de madeira tombadas pela Unesco, a maior delas, a Igreja da Transfiguração, construída com toras de pinheiro encaixadas em sentido horizontal, sem pregos ou parafusos. Realmente impressionante. Vejam.
A igreja menor, da Intercessão, que visitamos possui belos ícones, esses sim pude fotografar. Ícones são as pinturas em parede existentes nas igrejas ortodoxas. Vejam um exemplo.
Após Kizhi, rumamos para Mândrogui, um lugarzinho meio inóspito, com algumas construções em madeira e onde foi-nos servido um churrasco russo - carne de porco, de frango ou vegetais na brasa, à sua escolha - com muita vodka, vinho e música.
Bem, foi tudo o que se viu pelo interior da Rússia. Ainda no navio, tivemos um jantar temático, todos vestidos de pirata, muito animado e também a festa de despedida, com apresentação de canto e dança de brasileiros, franceses, espanhóis e dinamarqueses. A seguir, o ponto final do passeio e a cidade mais linda de todas, São Petersburgo.
Cirillo, monge que viveu no século IX, foi um grande propagador da religião ortodoxa e criou um alfabeto que se adaptava, na época, às linguas eslavas faladas na região, o alfabeto assim chamado cirílico em sua homenagem e vigente até hoje na língua russa. Diz-se que ao caminhar pela região onde hoje está o mosteiro, teve uma visão da Virgem Maria que lhe ordenou que construísse uma igreja. Ergueu então ali uma modesta construção que, no século XIV, alguns séculos depois de sua morte deu origem ao mosteiro de São Cirillo. Vejam a foto externa. Essa é apenas uma pequena parte. Ele é imenso.
Em um dos edifícios do mosteiro que visitamos, uma espécie de museu com belíssimas pinturas e afrescos, havia um quadro da Virgem Maria com o menino Jesus, o mais lindo que já vi em toda a minha vida. Tentei conseguir uma réplica na loja do mosteiro, sem sucesso. E também não pude tirar foto porque era proibido fotografar as pinturas. Mas era uma lindeza e me deixou emocionada. Voltamos ao navio passando antes por uma sessão de compras na feirinha.
Seguimos para a ilha de Kizhi, situada no lago Onega, o segundo maior da Europa. Essa ilha está situada a 500 km do Círculo Polar Ártico - imaginem só o frio, um horror. Lá existem construções de madeira tombadas pela Unesco, a maior delas, a Igreja da Transfiguração, construída com toras de pinheiro encaixadas em sentido horizontal, sem pregos ou parafusos. Realmente impressionante. Vejam.
A igreja menor, da Intercessão, que visitamos possui belos ícones, esses sim pude fotografar. Ícones são as pinturas em parede existentes nas igrejas ortodoxas. Vejam um exemplo.
Após Kizhi, rumamos para Mândrogui, um lugarzinho meio inóspito, com algumas construções em madeira e onde foi-nos servido um churrasco russo - carne de porco, de frango ou vegetais na brasa, à sua escolha - com muita vodka, vinho e música.
Bem, foi tudo o que se viu pelo interior da Rússia. Ainda no navio, tivemos um jantar temático, todos vestidos de pirata, muito animado e também a festa de despedida, com apresentação de canto e dança de brasileiros, franceses, espanhóis e dinamarqueses. A seguir, o ponto final do passeio e a cidade mais linda de todas, São Petersburgo.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Caminho para São Petersburgo - As Eclusas e as Atividades no Navio
Nunca tinha passado por uma eclusa nem mesmo visto alguma. Elas estão no Canal de Panamá, no Canal de Suez e até mesmo no rio Tietê, em Barra Bonita. Mas como nunca estive em nenhum desses lugares, não sabia qual era a sensação. Pois bem, de Moscou a São Petersburgo, atravessando alguns rios e lagos, existem 17 eclusas, tanto para subir como para descer. A eclusa é um elevador, com portões que se abrem para o navio entrar, um de cada vez, porque o espaço é apertado. Quando o navio entra os portões se fecham e a embarcação fica ali encaixada. Se o desnível do rio é para baixo, o elevador vai descendo conforme a água vai saindo por comportas. Chegando no nivel baixo, as portas da frente da eclusa se abrem e o navio sai, seguindo seu curso normal. Se ao contrário, o desnível do rio for para cima, o elevador sobe com a entrada da água pelas comportas que vão enchendo o espaço. Quando chega no nível mais alto, as portas da frente se abrem e o navio sai. No começo, é bem curioso e diferente, mas depois da quarta ou quinta não desperta mais curiosidade porque todas são iguais.
Dentre as atividades de que participei, as mais interessantes foram a aula de língua russa, com o aprendizado do alfabeto cirílico, cheio de letras, símbolos e números e também de algumas expressões usadas no quotidiano, tais como "spassíba" (obrigada), "dobre utra" (bom dia), "priviét" (olá) e outras. Esclareça-se que esse é o jeito da pronúncia, mas a escrita é completamente diferente. Dificílimo para nós latinos.
Outra atividade interessante foram as aulas de história da Rússia ministradas por Dasha, uma das guias de menos de 30 anos, altamente politizada e corajosa. Destemida, fazia críticas abertas aos regimes totalitários através dos quais se desenvolveu a história russa, desde o czarismo, praticamente feudal e escravocrata, passando pela revolução bolchevique de 1917, que trouxe a industrialização, o progresso, fez da Rússia uma potência mundial. Mas a custa da liberdade do povo e de milhões de vidas sacrificadas, principalmente na época de Stalin. Até o momento presente, insatisfatório sobretudo para os jovens. A perestroika, tão ansiosamente aguardada pelo povo russo, foi violenta e sacrificou a vida de muitos para quase nada. O regime permanece totalitário, sob o comando de um só homem. Há uma pequena elite bilhardária que enriqueceu adquirindo empresas estatais a preço de banana na época das privatizações, enquanto a grande massa popular continua pobre e luta com dificuldade. Em compensação, o ensino é de primeira, gratuito, as universidades, de muito boa qualidade, formam bons profissionais que nem sempre conseguem empregos adequados porque a moeda vale pouco e os salários são baixos. Um rublo, a moeda circulante, vale R$ 0,06 de real, mas o custo de vida não é barato. O sistema de saúde é bom, setorizado por regiões, com médicos de família e consultas sem grande espera.
No próximo post, a visita ao mosteiro de São Cirillo.
Dentre as atividades de que participei, as mais interessantes foram a aula de língua russa, com o aprendizado do alfabeto cirílico, cheio de letras, símbolos e números e também de algumas expressões usadas no quotidiano, tais como "spassíba" (obrigada), "dobre utra" (bom dia), "priviét" (olá) e outras. Esclareça-se que esse é o jeito da pronúncia, mas a escrita é completamente diferente. Dificílimo para nós latinos.
Outra atividade interessante foram as aulas de história da Rússia ministradas por Dasha, uma das guias de menos de 30 anos, altamente politizada e corajosa. Destemida, fazia críticas abertas aos regimes totalitários através dos quais se desenvolveu a história russa, desde o czarismo, praticamente feudal e escravocrata, passando pela revolução bolchevique de 1917, que trouxe a industrialização, o progresso, fez da Rússia uma potência mundial. Mas a custa da liberdade do povo e de milhões de vidas sacrificadas, principalmente na época de Stalin. Até o momento presente, insatisfatório sobretudo para os jovens. A perestroika, tão ansiosamente aguardada pelo povo russo, foi violenta e sacrificou a vida de muitos para quase nada. O regime permanece totalitário, sob o comando de um só homem. Há uma pequena elite bilhardária que enriqueceu adquirindo empresas estatais a preço de banana na época das privatizações, enquanto a grande massa popular continua pobre e luta com dificuldade. Em compensação, o ensino é de primeira, gratuito, as universidades, de muito boa qualidade, formam bons profissionais que nem sempre conseguem empregos adequados porque a moeda vale pouco e os salários são baixos. Um rublo, a moeda circulante, vale R$ 0,06 de real, mas o custo de vida não é barato. O sistema de saúde é bom, setorizado por regiões, com médicos de família e consultas sem grande espera.
No próximo post, a visita ao mosteiro de São Cirillo.
terça-feira, 21 de junho de 2011
A noite do medo e Yaroslavl
Partindo de Uglich e após o jantar, tivemos a nossa costumeira sessão de canto, regida por Maria Lucia e fomos dormir em torno de meia-noite. Por volta de 3 horas da manhã acordei assustada com uma forte batida do navio em algo, seguido de um sacolejo. O que é isso? perguntou-me a também assustada Angelica. Não sei, respondi, mas vou saber. O apito de emergência para salvamento não soou e o barco não parou após a batida, apesar de ter diminuído a velocidade. Minha cabine ficava perto do hall de entrada e para lá me dirigi, juntamente com outras pessoas que tinham acordado, mas ninguém sabia de nada. Alguns marinheiros passavam apressados sem dar informações, até que um deles disse ao dono da agência promotora da excursão e que falava russo, que o navio havia batido em um tronco sem ocorrência de maiores danos, a não ser estragos na pintura. Todos poderiam voltar às cabines porque tudo estava em ordem. Assim fizemos, com alguma desconfiança. Seria verdade? O resto da curta noite - amanhecia em torno de 4.30h e anoitecia por volta das 23h - foi insone e com medo. O fato é que nunca tivemos uma informação precisa do ocorrido. Todas as respostas eram evasivas, inclusive a do capitão do navio.
Chegamos a Yaroslavl ainda pela manhã, atualmente uma cidade média com pouco mais de 500.000 habitantes, mas que abrigou grande parte da nobreza russa por ocasião da invasão de Napoleão a Moscou. Demos uma volta de ônibus pelo centro, com nosso guia Dmitri, parando em um mirante à beira do rio Volga para apreciar a linda paisagem.
Em seguida visitamos o palácio do antigo governador que hoje é um museu histórico da região. Fomos recebidos por moças vestidas a caráter que nos guiou, uma delas,pelo espaço, com esplêndidos salões ricamente mobiliados, belos quadros e magníficos objetos de arte. Por fim, entramos no salão de baile onde presenciamos uma amostra das grandes festas da época. As guias, como disse, vestidas a caráter, dançaram o minueto e depois a valsa, tudo ao som de um conjunto de senhoras que tocavam violino, violoncelo e piano. Muito bonito e diferente.
Após o museu passeamos por um belo e grande jardim, onde se situava uma das mais importantes igrejas da cidade e também fomos a um mercado aberto, parecido com os que temos por aqui. Na saída do mercado e já no ônibus para voltar ao navio, um incidente. Faltava uma pessoa, a Giselda, uma carioca baixinha e gordinha. Dmitri, nervoso, voltou ao mercado e procurou por ela em todos os outros ônibus. E nada. Não podíamos esperar mais porque o navio partiria. Voltamos ao barco, todos preocupados e lá soubemos que o pessoal de outro navio que sairia duas horas depois do nosso, havia encontrado a Giselda, meio perdida no centro da cidade. E que ela embarcaria nesse outro navio para encontrar-nos na próxima parada. Dmitri respirou aliviado e não perdeu a Giselda de vista pelo resto da viagem. Quando ela retornou a nosso navio e entrou no restaurante na hora do almoço, recebeu uma grande salva de palmas.
Próxima parada, Goritsy e o Mosteiro de São Cirilo.
Chegamos a Yaroslavl ainda pela manhã, atualmente uma cidade média com pouco mais de 500.000 habitantes, mas que abrigou grande parte da nobreza russa por ocasião da invasão de Napoleão a Moscou. Demos uma volta de ônibus pelo centro, com nosso guia Dmitri, parando em um mirante à beira do rio Volga para apreciar a linda paisagem.
Em seguida visitamos o palácio do antigo governador que hoje é um museu histórico da região. Fomos recebidos por moças vestidas a caráter que nos guiou, uma delas,pelo espaço, com esplêndidos salões ricamente mobiliados, belos quadros e magníficos objetos de arte. Por fim, entramos no salão de baile onde presenciamos uma amostra das grandes festas da época. As guias, como disse, vestidas a caráter, dançaram o minueto e depois a valsa, tudo ao som de um conjunto de senhoras que tocavam violino, violoncelo e piano. Muito bonito e diferente.
Após o museu passeamos por um belo e grande jardim, onde se situava uma das mais importantes igrejas da cidade e também fomos a um mercado aberto, parecido com os que temos por aqui. Na saída do mercado e já no ônibus para voltar ao navio, um incidente. Faltava uma pessoa, a Giselda, uma carioca baixinha e gordinha. Dmitri, nervoso, voltou ao mercado e procurou por ela em todos os outros ônibus. E nada. Não podíamos esperar mais porque o navio partiria. Voltamos ao barco, todos preocupados e lá soubemos que o pessoal de outro navio que sairia duas horas depois do nosso, havia encontrado a Giselda, meio perdida no centro da cidade. E que ela embarcaria nesse outro navio para encontrar-nos na próxima parada. Dmitri respirou aliviado e não perdeu a Giselda de vista pelo resto da viagem. Quando ela retornou a nosso navio e entrou no restaurante na hora do almoço, recebeu uma grande salva de palmas.
Próxima parada, Goritsy e o Mosteiro de São Cirilo.
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