domingo, 22 de janeiro de 2012

ABOUT LUISAs E BBBs

Minhas considerações a respeito do Editorial do Jornal de Alphaville desta semana, muito oportuno, inteligente e bem colocado. Para quem não conhece o jornal, trata o Editorial do excesso de futilidades a encher diariamente a cabeça do brasileiro médio, tais como as dos últimos dias - uma tal de Luisa que estaria no Canadá, produto de um comercial banal e sem graça lá do Nordeste, e que se tornou uma celebridade da noite para o dia, inclusive na mídia. E o pretenso estupro que teria acontecido no BBB da Globo, ocorrência essa nada fútil, aliás, e que deveria interessar ao Ministério Público, inclusive com o cancelamento do programa. Mas quem tem coragem de enfrentar a Globo? 
Em resumo, levanta o Editorial uma dúvida a respeito do futuro de um país em que o povo, de cabeça vazia, se ocupa de banalidades e de fazer piada com tudo, ao invés de lutar pela melhoria da educação e da saúde, pelo fim da corrupção na política, etc. etc. etc. Carlos Nascimento, no jornal da Noite do SBT do dia 19/1 toca nessa mesma tecla. Está no YouTube.
São os tempos de bonança, digo eu. Esclareço melhor. Em tempos de crise, as pessoas afiam as garras e partem para a luta, porque o instinto primário de sobrevivência está ameaçado. Isto aconteceu durante anos e anos no Brasil que lutou contra uma ditadura feroz na política, contra uma inflação mensal monstruosa que cortava pela metade o salário de cada um no dia seguinte ao do recebimento, contra as políticas impiedosas, arrochantes e empobrecedoras impostas pelos países credores, então considerados ricos e pelo FMI, enfim contra mil e uma adversidades. E sobrevivemos. E sobrevivemos bem. Hoje o Brasil é uma das maiores economias mundiais, está relativamente imune à crise internacional, as desigualdades sociais se reduziram muito com o aparecimento de uma nova e numerosa classe média, ansiosa para consumir.
Muito há que se fazer. As desigualdades persistem, a extrema pobreza ainda existe para milhões de brasileiros, a educação e a saúdes públicas precisam melhorar e muito, etc.etc.etc.
Contudo, se olharmos os últimos 30, 40 anos, veremos que caminhamos e caminhamos bem, superando obstáculos na época considerados impossíveis. É por isso que continuo acreditando no progresso contínuo do país, porque a força e a persistência de seu povo são inegáveis, quando se faz necessário. 
Agora, em tempos de bonança, com governo estável, farto emprego, crescimento salarial constante,abundância de produtos, nada como desocupar a cabeça de preocupações maiores nas horas vagas. Embora um excesso de futilidades acabe por irritar pessoas mais focadas nos grandes problemas nacionais que ainda são uma realidade.

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