sábado, 24 de setembro de 2011

Ainda Paris e a Novela dos Molinetes

Vocês sabem o que é um molinete? Para quem não sabe, molinete é uma carretilha com manivela que se fixa na parte lateral da vara de pescar. Por ela se lança o anzol na água e se puxa o peixe, quando fisgado, através da manivela. Velha conhecida dos pescadores.
Pois bem. Desde que chegamos a Paris, Celia, cujo marido é um grande pescador - inclusive no tamanho porque tem quase dois metros de altura - dizia que precisava encontrar uma loja onde pudesse comprar um molinete, de boa qualidade, para ele. Em nossos passeios a pé, sempre que passávamos por uma loja de artigos esportivos, ela entrava e perguntava. Mas nada, ninguém sabia. Se ele fosse tenista ou aficionado por golfe, teria sido mais fácil. Mas como Celia é persistente e não desiste nunca, aproveitamos o dia em que Luiza e Vera foram a Londres e após nossa visita ao Museu D'Orsay e um gostoso almoço nos Jardins de Tuilleries,  fomos à Galleries Lafayettes, notório centro de compras tão ao gosto dos brasileiros - aliás o prédio principal é magnífico com uma cúpula de cair o queixo - para ver se descobríamos uma loja que vendesse molinetes. Ao entrar, nos dirigimos ao balcão de informações e ao iniciar a pergunta (sempre a mesma) "você sabe onde posso encontrar artigos de....", a mocinha que nos atendia disse que podíamos falar em português porque era brasileira, de João Pessoa e trabalhava ali logicamente para atender à montanha de brasileiros que entram diariamente naquelas Galleries. Em resposta nos informou que poderíamos encontrar artigos de pesca somente na Decathlon e havia uma, não muito longe, nas proximidades da igreja da Madeleine.
Ora, Decathlon é a mesma loja que tem aqui em São Paulo e também em Campinas, mas acho que em Belo Horizonte não tem, porque Celia não a conhecia. Seguimos nossa caminhada pelo Bl. Haussmann, passando pela C&A, pela Zara (não entramos para não perder tempo)  pela imensa Printemps - onde fomos ao departamento de esportes, mas nada -,  pela Petit Bateau - loja estilosa de moda infantil mas um tanto cara - até que a uns oito quarteirões, enormes, de caminhada, chegamos à maravilhosa e imensa Église de la Madeleine, que tem a forma de um templo grego. Vocês sabiam que os franceses são um dos únicos, senão o único povo do mundo a homenagear Maria Madalena com uma belíssima igreja? Grande parte deles acha que ela foi efetivamente a esposa de Jesus.
Pois bem. Chegamos à Igreja pela parte de trás e iniciamos a caminhada ao redor da praça, à procura da Decathlon. Após muito andar, porque ela estava do outro lado, avistamos a loja, subterrânea, no início do Bl. de la Madeleine. Finalmente... será? Ao ouvir a famigerada indagação, a moça do caixa respondeu que artigos de pesca, nós iríamos encontrar somente na Decathlon da Av. Carnot, uma avenida que se inicia no Arco do Triunfo, do lado contrário aos Champs Elysées. Bem distante, portanto. Nos olhamos desanimadas e cansadas. Pelo menos agora sabíamos onde achar o produto, mas seguramente em outro dia, porque nosso estado de exaustão não permitia mais caminhadas. Para nos animar um pouco, bem à nossa frente, estava a famosa patisserie Fouchon, instalada na place de la Madeleine há mais de 100 anos. Lá encontra-se de tudo, chás, geléias, lindos doces, chocolates, pães de todo tipo, foie-gras para quem gosta - mais de 30 tipos - e também os calissons, deliciosos docinhos de amêndoa. Tem alguma coisa mais chic do que servir o chá em porcelana Limoges? Pois na Fouchon é assim.
Após esse intenso dia, retornamos de metrô ao hotel para um merecido descanso.

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