terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CATOLICISMO - Aversão à modernidade?

Sem dúvida, uma das notícias mais chocantes dos últimos dias foi a renúncia do Papa Bento XVI, acontecimento inédito na Igreja Católica e com precedente de mais de 600 anos.
Sou católica, nascida em família tradicionalmente católica, embora mantenha particularidades individuais. Vou pouco à igreja, quase nunca assisto a missas, mas rezo sempre pedindo proteção a mim e a minha família. Sofri na pele a inapetência da Igreja Católica em aceitar determinadas circunstâncias da vida moderna. Divorciada, casei-me novamente com Carlos, com quem vivi esplêndidamente por 25 anos até sua morte, prematura por sinal. Os princípios católicos não reconhecem  um segundo casamento de divorciados, Não se obtém perdão pela confissão e não se recebem sacramentos. Vive-se sempre em pecado, por mais pura, feliz e abençoada que seja a segunda união. Não que isso me incomode ou à grande maioria dos divorciados em segundas núpcias. Estou apenas apontando uma dificuldade, até simples, de a Igreja Católica lidar com a modernidade.
Pois bem. Quando esse papa, da corrente hiperconservadora, renunciou, fiquei contente. Quem sabe agora, com o próximo, essas questões - inclusive uma das mais importantes, a aceitação e a orientação do uso da camisinha nas relações sexuais em face da epidemia de Aids, ainda sem cura, que assola a humanidade, principalmente os jovens - sejam abordadas de uma forma madura e prática.
O contentamento, contudo, durou pouco. Pelo que tenho lido e pesquisado, a renúncia ocorreu em virtude de litígio entre duas correntes dentro do Vaticano, que impossibilitam o real exercício da autoridade papal. E como Bento XVI está velho e fraco, não tem energia suficiente para enfrentar e pacificar a disputa. Prefere sair  deixando o lugar para outro mais forte. É claro que não abre mão de influir na escolha do novo papa. 
Mas quais seriam aquelas duas correntes? Dirão vocês, embate entre a ala conservadora e a ala progressista. Quem dera,  ledo engano. Nos últimos papados, a partir principalmente de João Paulo II, a ala progressista do alto clero foi erradicada, cardeais de grande projeção, em todo o mundo, como os nossos Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Aloisio Lorscheider ficaram velhos, aposentaram-se ou morreram e foram substituídos por outros, conservadores, de tal forma que hoje só existe uma orientação no alto clero católico.  Então a disputa atual dá-se entre as alas conservadora ... e ultraconservadora  Bem desanimador, não? Se questões relativamente simples como a segunda ou terceira união de divorciados e o uso da camisinha não foram abordadas nesses anos e provavelmente nem o serão nos próximos, o que se dirá das situações mais complexas, como a união e o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o castigo exemplar que se deveria dar a padres pedófilos? São aspectos do momento histórico que não podem deixar de ser discutidos e posicionados pela Igreja Católica moderna, seja quem for o novo papa. E pelo andar da carruagem, as perspectivas não são boas. A orientação conservadora de simplesmente ignorar essas questões ditas materiais, cuidando tão somente da parte espiritual, deve predominar. Pelo menos é a minha opinião.
Gostaria muito de ouvir aqueles que me lêem. Concordam ou não comigo?



domingo, 13 de janeiro de 2013

SURPRESAS DA IDADE - Algumas boas e Outras nem tanto

Pois é, com o paasar dos anos, novidades vão aparecendo, algumas boas, até ótimas, como o nascimento de meu neto, por exemplo. Minhas viagens, algumas já relatadas neste blog. Outras novidades, nem tanto, mas vamos aprendendo a lidar com tudo. Essa é a verdadeira experiência de vida.
Há cerca de dois anos, aproximadamente, meus problemas digestivos começaram a dar sinais de piora. Sempre os tive, desde mocinha, mas nunca liguei muito. Achei que a causa era meu remédio para baixar o colesterol, que foi trocado algumas vezes pela minha médica. Mas os sintomas foram se agravando, até que há cerca de uns tres meses, apareceram sérias dores abdominais, acompanhadas de diarréias periódicas, excesso de gases e enjoos. A princípio pensei em virose, mas como os sintomas se repetiam sistematicamente, marquei consulta com um gastroenterologista, situação que vinha adiando por ter receio dos exames que teria de fazer. E também do diagnóstico, é claro. Pensei até em câncer, é a primeira coisa que nos vem à cabeça.
Maria Christina, minha filha, que herdou o ¨feeling¨ médico da família, inclusive a capacidade diagnóstica - ela não estudou medicina porque desmaia só de ouvir falar em doença - após uma rápida pesquisa na internet, falou: ¨hum isto está parecendo intolerância à lactose¨. Não lhe dei crédito, imaginem, de família mineira, praticamente nasci comendo queijo.
Pois bem. Após vários exames, inclusive o tal teste de intolerância à lactose, depois do qual passei muito mal, o médico gastro me disse o que minha filha já tinha diagnosticado Tenho intolerância à lactose, em grau grave. Meu organismo não produz a lactase, enzima intestinal que sintetiza a lactose que é o açúcar do leite e derivados. Resultado: estou proibida de ingerir leite, queijos, principalmente os frescos - os que mais gosto - creme de leite, molho branco, chantilly, requeijão e mil outros alimentos que contêm leite em sua composição. Aliás, no Brasil, tudo industrializado se faz com leite em pó, até torrada. E os remédios são americanos, você tem que importar ou comprar de quem importa, Fácil não?
O ideal é fazer a dieta, o que me levou a um site sensacional - www.semlactose.com.br - com página no facebook. Lá obtive ótimas dicas, algumas das quais passo a quem sentir os mesmos sintomas. 
O ¨Lactaid Fast Act¨ que é a lactase que se deve tomar quando se vai comer algo que contenha leite me dá enjoo e prende o intestino. Vi no site que outras pessoas sentem a mesma coisa. Portanto, só tomo quando não tenho saída. Leite sem lactose - como o Piracanjuba - ou com 90% menos, para quem não gosta de leite de soja, como eu, acha-se em bons supermercados, como o Walmart, Sta. Luzia, St. Marché, isto em São Paulo. O creme de Tofu, original, substitui razoavelmente o requeijão, a gente acostuma. Há outos sabores também. Não é difícil encontrar. 
Para quem está sentindo uma falta enorme do queijo, uma boa dica são os queijos da marca Balkis. No site deles, há uma tabela da percentagem de lactose em cada tipo de quejo. Alguns têm 0%. Mesmo assim, recomendo comer com moderação. Vi até que há pão de queijo sem lactose, da marca Pif Paf, mas ainda não consegui comprar. É difícil de achar. Mas informo assim que encontrar. 
Queijos que contêm fungos, como gorgonzola, brie, camembert, etc, não contêm lactose porque o fungo a destroi. A manteiga, feita apenas da gordura do leite, também está livre. De qualquer forma, leite e seus derivados, mesmo sem ou com baixíssimo teor de lactose, devem ser ingeridos com parcimônia. Esta é a minha receita de bemestar.
Espero ter contribuído para o esclarecimento de muitas dúvidas, como vi no site.
No próximo post, aguardem a referência a um ótimo momento que está ¨pintando¨ para as quatro garotas, maduras, que viajaram juntas à Rússia, conforme já relatado neste blog. É o Leste Europeu, tchan tchan tchan tchan...




sábado, 12 de maio de 2012

LEMBRANÇAS...

Interrompo o relato de minhas/nossas aventuras americanas, para partilhar com vocês uma lembrança que de tão boa, tornou-se inesquecível para mim. Não sou de viver de lembranças do passado, como inúmeras pessoas da minha idade. Minha cabeça está no presente e voltada para o futuro. Mas, ontem me dei um presente de dia das mães que despertou a tal recordação, meio adormecida em minha mente.
Resolvi dar um break em minha rotina diária acelerada e conceder-me umas duas horas em um spa, com direito a tratamento facial, corporal , sauna, hidromassagem, etc.
Foi quando entrei na enorme banheira de hidromassagem, cheia de pétalas de rosa e espuma para relaxar, é que me veio a gostosa lembrança.  Aconteceu em nossa última viagem à Europa em família. Carlos, meu marido, ainda era vivo, Maria Christina, minha filha mais nova tinha apenas saído da adolescência e tínhamos ido à Itália para atender um cliente, italiano, mas que pretendia transferir-se para o Brasil. Após terminar o serviço, fizemos um passeio, sempre de carro porque ele adorava dirigir, por alguns países, inclusive a Alemanha, mas saindo de Amsterdan, na Holanda.
Em geral, rodávamos centenas de kilometros por dia, sempre parando em lugares atrativos. Ah, Carlos era incansável ao volante. Dessa vez, passamos a maior parte do dia em Dusseldorf, porque lá estava acontecendo um festival de moda - Dusseldorf é o polo de moda da Alemanha - com direito a desfiles de grandes grifes ao ar livre, com música ao vivo, uma maravilha, mas tudo em meio a multidões de pessoas. Detesto multidões, mas não havia o que fazer, o festival era imperdível. À  noitinha, Carlos resolveu ir embora, mesmo porque, disse ele, não haveria hotel disponível na cidade,por causa do festival. Não acreditei, mas como discurtir era inútil, prosseguimos viagem com a promessa de parar na próxima cidade. Chegamos, assim, a Dortmund, um lugar feio, cidade comum,  grande polo industrial. Procuramos um hotel da rede Accor e logo nos deparamos com um Mercure, de muito boa aparência. No quarto, despenquei na cama para não mais levantar, estava exausta. E recusei o convite de Carlos e Maria Christina para sair para jantar. Disse-lhes que iria para a piscina. Dortmund é um lugar frio, apesar  de ser verão e na chegada soube que no hotel havia uma piscina de água quente. Eles sairam e eu desci. Deparei-me com uma enorme piscina borbulhante e aquecida, cheia de jatos de hidromassagem em um solarium de vidro com  muito verde. Uma  beleza de arquitetura. Resultado, fiquei naquela água deliciosamente massageante por quase duas horas, sozinha, porque lá não havia ninguém, só relaxando e meditando. Saí revigorada, o cansaço se fora. Foi uma das experiências mais gratificantes que já tive, dado meu estado pessoal naquele momento.
C'est la vie. Por vezes passamos por experiências glamourosas, luxuosas mesmo, que ficam em nossa mente por serem marcantes. Mas outras vezes a vida nos coloca em situações inusitadas, sinples e inesperadas, precisamente aquelas de que necessitamos no momento. E tal acontecimento vira uma recordação deliciosa e inesquecível. Assim foi aquele tempo que passei na piscina borbulhante em Dortmund, cidade fria e sem graça da Alemanha.

domingo, 22 de abril de 2012

AVENTURAS AMERICANAS: ORLANDO V - Ultimo Dia

Era chegado o dia de Helena voltar ao Brasil, pois aqui havia deixado filhinho de dois anos com o maridão. Uma sexta-feira. E era também o nosso, meu e de Maria Christina, último dia em Orlando, pois no sábado seguiríamos para Miami, de carro. Tratamos um transfer para levar Helena ao aeroporto, porque seu avião partindo às 7 horas, deveria comparecer à companhia a partir das 5 horas, muito cedo. E assim foi feito, o transfer chegou ao hotel às 4.15 da manhã e lá se foi Helena, deixando um aperto no coração, após nove dias de deliciosos passeios, compras, muitas muitas risadas e situações inusitadas.
Depois de dormirmos mais um pouco, resolvemos, Maria Christina e eu, procurar pela loja Ross da qual já ouvíramos falar bastante. Através do GPS, imprescindível como já disse em viagens internacionais,  conseguimos localizar uma delas - porque existem várias dessas lojas - aliás, bem perto do enorme Outlet Premium onde compráramos uma enormidade de coisas, das quais já falei em posts anteriores.
Foi o trabalho de entrar e em seguida sair. Um horror. Imensa, quase a perder de vista, parece um grande brechó, tudo pendurado em araras, não por tamanho, quantidade, espécie ou mesmo marca, mas misturado, muita coisa no chão, toneladas de pessoas lá dentro e filas imensas nos caixas, opressivo mesmo. Ou seja. Tudo o que mais detesto. Olhamos uma para a outra e sem dizer nada, saímos. Um alívio.
Na saída, topamos com uma moça jovem, de boa aparência, que nos perguntou em inglês se não precisávamos de mala com bom preço. Maria Christina respondeu e se interessou. Então a moça, em português, "vocês são do Brasil?" Era uma gaúcha que morava há 10 anos em Orlando, trabalhando nessa loja de malas ao lado da Ross, para onde nos dirigimos. Achamos uma grande sacola com rodinhas e puxador, do jeito que queríamos, uma graça, preta com bolas cor-de-rosa, bem ao estilo de Maria Christina, por US$ 19. E compramos também um cadeado daqueles de segredo. Pelo menos valeu a ida à Ross.
Após um ótimo almoço no Red Lobster, ali perto - uma delícia, comi camarões de cinco formas diferentes, hum hum - decidimos dar uma chegada ao Outlet Premium que estava tão perto, porque no dia de nossas compras, Helena lá perdera uma sacola cheia de brinquedos para o Enzo. Só descobriu a perda quando chegamos ao hotel e ficara inconsolável. Além do prejuízo, eram os brinquedos de seu filho. Pois bem, resolvemos ir até o Outlet para verificar se por acaso tinham encontrado a tal sacola. Nos dirigimos à Administração e Maria Christina contou a história para o atendente. Ele discou um número pelo telefone e o passou a ela dizendo-lhe para falar com o pessoal da segurança que cuidava dessa área. E olha só que coincidência e que sorte. O homem que atendeu ao telefonema, era justamente o que tinha achado a sacola. Ele a descreveu bem como aos brinquedos que tinha dentro, dizendo que estava com ele e que poderíamos ir buscá-la, junto à área de alimentação. Nem acreditamos, estava tudo lá, não faltava nada. Mas isso é muito comum nos Estados Unidos, as coisas que são perdidas, são guardadas para serem entregues a quem as reclamar. Se fosse no Brasil, ... bem, sem comentários. Quando falamos com Helena à noite,  inclusive para saber se tinha chegado bem e contamos a história, ela  ficou surpresa e feliz da vida. Os brinquedos estavam salvos.
 Já que estávamos no Outlet e porque ninguém é de ferro, aproveitamos para fazer umas últimas compras que por sinal não foram poucas. E voltamos ao hotel para descansar e fazer as malas, porque no dia seguinte, enfrentaríamos uma viagem um tanto longa e cansativa - quase cinco horas de carro de Orlando a Miami.
Nos próximos posts, nossas aventuras, agora a duas, em Miami. Não percam.

quarta-feira, 21 de março de 2012

AVENTURAS AMERICANAS: ORLANDO IV - Parques Disney

Minhas impressões sobre os Parques da Disney, os mais conhecidos e frequentados pelos brasileiros. em Orlando. São ao todo quatro, Holywood Studios, Animal Kingdom, Epcot Center e Magic Kingdom, além de Downtown Disney, local das lojas e restaurantes sem necessidade de ingresso. O que mais gostei? 
Do Holywood Studios, sem dúvida os musicais, como a Bela e a Fera, a Pequena Sereia e os espetáculos em 3D, tais como os jogos da Toy Story.em que você atira nos alvos que pulam à sua frente, fazendo pontos. No final, toda orgulhosa dos meus 36.000 pontos, fui gozada por Helena e Maria Christina que tinham feito mais de 100.000 pontos cada uma. 
 Para quem curte fortes emoções, a montanha russa do Aero Smith, com  subidas, quedas e curvas radicais, em altíssima velocidade, tudo no escuro ao som das músicas da banda, segundo Maria Christina, a única corajosa a ir e a gostar. Queria até ir de novo, só que não deu tempo. O simulador do Star Wars, foguete dirigido pelos dois robôs, para quem gosta, é o máximo. Tive o desprazer de sair enjoada e custei a melhorar. 
Adorei ver o Dart Vader - sou fã - e os guardas estelares, aqueles de branco, em shows ao vivo com participação de crianças. Imperdível também o show dos stunts, que reproduzem cenas do filme Os caçadores da Arca Perdida, primeiro da série Indiana Jones - a da bola que rola, do começo do filme, a do mercado, em que ele atira no matador e a do avião em que eles põem em cena um avião antigo com fogo e bombas para todos os lados. Tudo muito bem feito e com participação da platéia como figurantes.
No Animal Kingdom, há um safari  em que a bordo de um jeep você se depara com animais diversos, ao vivo, leões, tigres, rinocerontes, hipopótamos, etc., muito interessante. Mas o mais lindo de todos os shows é o musical do Rei Leão, um primor em termos de vestimentas, músicas, efeitos especiais e cenários magníficos. As demais atrações nada têm de especial.
O interessante do Epcot Center são os minipaíses, tais como Mexico, Noruega, Italia, Canada, Inglaterra, França e outros - não tem Brasil - com cenários bem feitos e pessoas falando a língua do país. Bem bonito.
Também no Epcot Center há uma atração que simula uma viagem espacial até Marte, muito violenta. Quem enjoa não vá. Helena saiu de lá completamente zonza e enjoada, ficou deitada um tempão para passar. Já Maria Christina, com estômago de ferro, só sentiu o excesso de pressão sobre a cabeça. Claro que não fui e não me arrependi.
Por útimo o Magic Kingdom, que é reproduzido também na Eurodisney e que muitos devem conhecer. O maiior e para meu gosto, o melhor, com diversas atrações interessantes, entre elas as "parades" com os personagens dos filmes e os musicais do MIckey, Minnie, Pato Donald, muitos dançarinos e efeitos especiais, apresentados ao ar livre, em frente ao castelo da Cinderela. Lindo de morrer. Criei até coragem de ir na Splash Mountain, que acaba em uma enorme queda vertical na água. Molha bastante mas é emocionante.
Descrever tudo em palavras é humanamente impossível. Espero aqui ter demonstrado um pouquinho do que lá se experimenta.
 Confesso que não tinha muita vontade de ir aos parques - não são da minha preferência e já tinha ido à Eurodisney tres vezes. Mas, confesso também que as atrações de Orlando são imperdíveis, incomparáveis, ao menos uma vez na vida vale a pena conhecer. A diversão é garantida.
No próximo post, nosso passeio em Miami.